Não tá bom? Faça alguma coisa!

8:54 PM



Recentemente eu tive um estalo na minha mente, analisando minha situação, analisando o mercado. Como fotógrafa, acho que a pior parte da profissão é ela ser assim tão sozinha, no sentido de nos confinar à uma rotina super individual de trabalho. Não há o que se fazer: a menos que tenhamos um baita estúdio com uma super estrutura que comporte ter mais pessoas trabalhando, seremos sempre lobos solitários dentro de um mercado tão amplo.

A verdade é que, pensando por esse lado, é quase certo que relacionar-se com outros da mesma espécie (haha) parece até loucura. Imagine você: um bando de profissionais acostumados a lidar somente consigo mesmo e com seus próprios problemas, juntos, conversando, discutindo! Mas a loucura, na verdade, é puramente ESSENCIAL. Nós precisamos nos juntar, precisamos discutir, precisamos entender como funciona a máquina pois só assim conseguimos estar nela com saúde, com o intuito de vivência e não sobrevivência.

E acreditem se quiser, o resultado disso tudo acaba por ser um grande apaziguador das angustias que sofremos todos os dias. Se por um lado é maravilhoso receber todos os louros de um trabalho bem-feito, por outro, recebemos também todas as cargas sejam negativas ou positivas advindas dessa troca, desse negócio. É, se você aí, leigo ou amador, achava que fotografia era uma profissão dos sonhos, altamente libertadora e cheia de glamour, pode começar a repensar!

Eu sou uma pessoa que adora uma planilha. Desde 2015 venho acompanhando meus orçamentos, meus clientes, meus pedidos, enfim, tudo que envolva essa parte administrativa. Não é nada 100% profissional, pois nem formada nisso sou, porém fiz dentro da minha realidade e da minha organização diária. Foi essencial para entender como o mercado se comporta, como os clientes entendem a fotografia no geral e o meu trabalho.

Dentro disso, cheguei à conclusões não tão satisfatórias. Com isso, minha primeira reação: postar textão no facebook! Como isso é besta! Hahaha como se fosse adiantar! Foi quando, conversando com meu colega Renato, tivemos a ideia de começar a se juntar, se juntar de verdade, para falar mesmo sobre o assunto.

Fotógrafos, principalmente os que estão começando, tendem à levar a parte técnica como 70% do negócio. Um erro. Pois negócio se faz com VENDAS. Você pode ter uma fotografia linda, fodona, exuberante mas, de nada vai adiantar se você não souber vende-la, não souber à quem ela se destina, não souber quanto custa fazer aquela foto.

Não é surpresa que a maioria dos profissionais ingressantes no ramo não sabem precificar seus serviços. Isso se deve à diversos fatores, mas o principal foram os citados acima: tratar a fotografia como sendo principalmente técnica. Dentro disso tive surpresas quanto à valores praticados na minha cidade, quanto à itens fechados. E quando digo surpresas, é porque estou fazendo isso integralmente há pelo menos 5 anos. É um exercício diário de aprendizado e análise (como disse, analiso muito o mercado).

Após minha reação primitiva de 'botar textão', me veio um tapa na cara: o que eu estou fazendo para melhorar a situação?

É doido isso né? Mas eu sei como é: a gente toma fotógrafos referência como sendo aqueles que são super artistas, que mal falam, que dirá falar de seus negócios! Eu fui assim e ainda sou um pouco: eu vanglorio profissionais que sequer sabem da minha existência - é como uma relação de fã mesmo. Mas todos sabemos que ser fã de alguma coisa é doar-se sem receber nada em troca, né não?

Bom, eu cansei disso. No sentido de que, não quero ser esse tipo de profissional. Não que eu não veja valor ou porque, pelo contrário, tem gente que nasceu pra fazer uma coisa só mesmo e faz muito bem aquela coisa. No entanto, não quero ser a artista que vê as coisas acontecendo e nada faz, se tranca numa caverna e esquece que está no mesmo barco que vários outros artistas, profissionais, enfim.

O resultado foi um bate-papo que já se estendeu para mais 2! Estou orgulhosa, estou animada. Acho que sempre precisamos disso, mas sequer sabíamos.

Fazer o possível, hoje em dia, é o básico para viver em harmonia em qualquer mercado.
Faça o seu possível, na área em que você estiver.
E depois, faça mais.

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