Qual caminho seguir?

11:03 AM

A fotografia está acessível. Vai parecer papo de véia falar assim mas 'quando eu comecei' não haviam tantas informações assim despejadas em nossas bandejas. Isso não foi ruim, a gente aprende muito nos erros e acertos, mas é nítida a diferença de quem está iniciando a carreira fotográfica atualmente. É só uma questão de objetivo: o que eu quero fotografar? É newborn? Ok, deixa eu digitar aqui no Google sobre fotografia newborn...BUM, uma explosão de informação. É modelo? É casamento? Basta pesquisar um pouquinho e plim, muitos cursos, canais especializados, livros (cara, LIVROS! Como eu procurei livros quando eu comecei e tudo o que eu achava eram 4 ou 5 exemplares generalizadíssimos).

No que diz respeito à fotografia, demos um passo enorme na quantidade de informações. Temos cursos, palestras, congressos inteiros sobre determinados assuntos. Temos vídeos no youtube, aulas online, workshops de fotógrafos de tudo quanto é área, faculdades! É lindo ver como nossa área se especializou, como ela está sendo procurada. Isso só significa que temos mercado e justamente por isso precisamos cada vez mais nos valorizarmos.

[ Quer uma dica? Assista os vídeos do fotógrafo Murilo de Tarso no Youtube! ]

Então, com esse monte de informação, o problema da vez foi justamente encontrar o caminho a se seguir. Sabe aquele papo 'quando tem muita opção, a gente fica confuso'? É exatamente o que eu tenho percebido no pessoal que entrou nesse mundo lindo (e cheio de possibilidades) da fotografia. Mas, por que isso?

Foto por Thiago Araújo

Poderíamos citar diversos motivos para termos essa falta de norte. Num papo mais profundo, as pessoas hoje em dia estão acostumadas à terem opções. Isso significa que elas perdem o foco rapidamente. Basta entrar no seu perfil no facebook para ver desde gatinhos fofos à guerra na Síria. É um leque de assuntos, um leque de opiniões e, no fim, pouca profundeza nas conversas e interesses. Essa superficialidade nos tornou mais rápidos, mas pouco objetivos em algumas coisas.

Eu entendo, a fotografia é tão maravilhosa que não queremos deixar de fotografar nada! Um pôr-do-sol ou um bebê sorrindo é sempre um prato cheio pra gente. Entretanto, como negócio, é crucial traçarmos um foco se quisermos tratar a fotografia como uma profissão. Não ter esse foco é o mesmo que nadar, nadar, e não sair do lugar, sabe? Pessoalmente falando, eu passei por algumas crises de objetivo ao longo desse tempo de estrada. Por ser formada em Publicidade, eu aprendi a gostar demais da fotografia publicitária e de modelos. Mas a gente sabe, no fundo, quando alguma coisa não é 'tão especial'. Pode levar algum tempo ou mesmo pode aflorar em você instantaneamente, mas o desejo ou não de seguir com alguma coisa está dentro da gente.

Por outro lado, você não necessariamente precisa 'amar' de paixão aquilo que está fazendo. Como assim Kalina? Meu Deus...você tem que AMAAAR bebês para fotografar eles!!! Gente, nós tratamos demais a fotografia como uma best friend forever - por mais que seja cheia de defeitos, a gente ama de qualquer jeito. Eu sei que é algo impressionante poder retratar alguém ou alguma coisa, mas tirando a parte lindona, a fotografia é um negócio. A parte do juntar o útil ao agradável é uma consequência e não deve ser tratada como prioridade. Veja bem: não existe muito amor em fotografia de comida. Tudo bem, você pode amar comida, mas não é exatamente isso que lhe fará fotografa-la, certo? Não se nega o fato de que trabalhar com pessoas e emoções se faz necessário aquele 'feeling', uma sensibilidade aflorada, entretanto, até isso é ensinado, gente! Se não fosse verdade, não existiriam cursos sobre 'como captar a essência das pessoas' ou 'direção afetiva de casais'. Saca?

Temos então dois pontos: a fotografia de algo que temos afinidade e a fotografia de algo que 'somos aptos' a fotografar. Ter afinidade à bebês não significa que eu seja a pessoa mais apta à fotografa-los. Da mesma forma, ser apta a fotografar bebês não significa que, necessariamente, você os ame incondicionalmente. Nós temos uma certa resistência à razão nessa área criativa. Preferimos 8 ou 80 e esquecemos que nos 50 ali a gente tem aquela estabilidade tão almejada e tão pouco discutida, pois estamos confusos demais procurando tudo, tentando tudo.

Por isso, à todos os que estão começando nessa área, a minha dica é trace seu objetivo. Se ele for apenas ganhar dinheiro com a fotografia, faça algo do qual consigas delegar cada vez mais funções ou ache um nicho no mercado da sua região para atuar e ser referência naquilo. Se for desenvolver um gosto, tenha em mente que gostar de algo não significa que você vá executá-lo da melhor forma, mas ajuda sim depositar amor naquilo que a gente faz, à não ser que nasças com um dom extraordinário que lhe permita amar e ser fodão naquilo que você fotografa - na maioria dos casos, isso se alcança com muito estudo e força de vontade mesmo.

No fim, aturar uma BFF cheia de defeitos é uma coisa e aturar uma profissão cheia de frustrações da qual você investirá boa parte da sua vida é outra cooompletamente diferente. Ninguém é obrigado à fazer algo que não se gosta. Você pode aprender a gostar (se for um nicho muito bom) ou tocar o barco e fazer aquilo que te deixa mais felizinho :)

E você, ainda está com dúvidas sobre qual caminho seguir? Deixe seu comentário aqui neste post contando sua situação e suas dúvidas!

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